quinta-feira, 21 de junho de 2007

Tá, e daí?

No final do clássico “Uma Breve História do Tempo”, Stephen Hawkings desenvolve uma idéia curiosa e algo pretensiosa, mas com certeza muito interessante, pelo paradoxo que encerra e pela reflexão epistemológica que provoca. Segundo ele, os conceitos de física teórica que envolvem o estudo da astronomia (e a lógica deve valer para matemática, biologia, química) estão cada vez mais restritos a poucos cérebros capazes de entendê-los e acompanhar sua evolução, por causa do conteúdo excessivamente técnico.

A situação criou (já antes dos anos 80) um quadro inusitado. Filósofos e leigos estão fora da discussão sobre origem e destino do universo (foi-se o tempo de Aristóteles), que virou uma festinha cada vez mais privada. Mas essa exclusividade terminará um dia, alerta Hawkings. Quando os especialistas chegarem a uma conclusão, alguns intermediários vão nos explicar tudo e então poderemos discutir livremente, não mais conjeturando, mas apoiados na Verdade. Estaremos então - e assim ele conclui o livro - buscando, todos juntos, o conhecimento da mente de Deus.

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